Page 163 - Revista do Cavalo Árabe Edição Novembro 2024 - Nº 82
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E  X  P  O  I  N  T  E  R                                                        ANGLO-ÁRABE


          A RAÇA ANGLO-ÁRABE


          e a sua contribuição para a modalidade

          Concurso Completo de Equitação







         N         tre a raça Anglo-árabe (AA) e o Con-  to entre o Puro-Sangue Árabe (PSA) e o Puro-Sangue Inglês


 O juiz de Morfologia Funcional   Autor: Eduardo Xavier Ferreira Glaser Migon 1
 Jenor Jarros      os propomos a abordar a sinergia en-    A raça AA é constituída, historicamente, pelo cruzamen-

 Julgamento Morfologia Funcional  curso Completo de Equitação (CCE),   (PSI). O padrão de raça estabelecido inicialmente indicava a
                   também chamado Hipismo Completo,
                                                         combinação entre essas duas raças formadoras de modo a
                   Triátlon Equestre, “cavalo d’armas”,
          councours complet d’équitation, eventing ou mi-  assegurar “no mínimo 25% de sangue árabe” e, por conse-
                                                         quência, “não mais de 75% de sangue inglês”. O sucesso do
          litary. A raça AA é uma das mais antigas de que   cruzamento “árabe x inglês” decorre, em parte, da base ge-
          se tem notícia, com origem e primeiros registros   nética comum, ou próxima, haja vista que a raça PSI descen-
          na França, entre os anos de 1750, com alguns   de de 3 animais - Darley Arabian, Godolphin Arabian e Byer-
          cruzamentos particulares realizados por criado-  ley Turk – originários “do Oriente”, espaço geográfico onde
          res na Normandia, e 1836, ano a partir do qual o   a raça Árabe também tem suas próprias raízes. Em conjunto,
          controle genealógico da raça foi institucionaliza-  PSA, PSI e AA são consideradas raças de “sangue quente”
          do no âmbito dos registros públicos (stud book)   (hot blood), isto é, são as únicas raças que transmitem “ener-
          franceses. Por sua vez, o CCE é das modalida-  gia vital”, que os ingleses chamam de “impetus”, enquan-
          des equestres mais antigas, tendo chegado às   to os franceses denominam “élan”, algo como entusiasmo,
          Olimpíadas em Estocolmo (1912). Cabe destacar,   impulso,  combinação  de  estilo,  velocidade,  resistência.  Tal
          também, a longa sinergia dos “anglos”, como    “animus” é muitas vezes codificado como “fator X”, sendo
          são conhecidos os animais da raça AA, com o    normal que nos pedigrees de animais PSA, PSI e AA apare-
          CCE, no exemplo da inesquecível Aiglonne AA    çam após os nomes as letras OX, XX, ou X, respectivamente.
 Grande Campeão de Morfologia Funcional, Iraque LA  Reservada Grande Campeã de Morfologia Funcional, Frida VHF  (29,11%, Parbleu AA x Fauvette AA), medalha de   Em 1993 foi fundada a Confederação Internacional de Stud
          ouro individual olímpica em Londres (1948).    books Anglo-Árabes (CIAA), entidade que congrega as associa-
                                                         ções nacionais da raça Anglo-Árabe. A CIAA trouxe importante
                                                         contribuição ao indicar parâmetros de referência e uniformiza-
                                                         ção da raça, ponto de especial atenção quando se sabe que em
                                                         alguns países os animais AA possuem registro vinculado ao stud
                                                         book da raça Árabe, como atualmente no Brasil, enquanto em
                                                         outros possuem vínculo com o stud book da raça nacional de
                                                         cavalos de hipismo ou, ainda, em stud book independente. O
                                                         maior consenso e a modernização da raça a nível internacional
                                                         trouxeram dois avanços principais, os quais foram acolhidos re-
                                                         centemente no Brasil: a definição de “12,5%” como “nível mí-
                                                         nimo de sangue árabe”, ao mesmo tempo em que se autorizou
 Raquel Jacovas,                                         a utilização de semental oriundo de “outras raças de hipismo”,
 do Haras Jacovas,
 recebendo o Prêmio   Aiglonne AA – Medalha de Ouro (individual) em CCE   em especial as inscritas na World Breeding Federation for Sport
 FARSUL EXPOINTER  nos Jogos Olímpicos de Londres (1948),   Horses. (Tema tratado na edição anterior, “O Anglo-Árabe se
          exemplo do tradicional AA de esporte           torna finalmente uma raça no Brasil”, sugiro a leitura!).
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