Page 128 - Revista do Cavalo Árabe Edição Julho 2025 - Nº 84
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PR OFIS SIONAL DO C AVAL O
Doenças Genéticas
Por RICARDO SUMMA
Cada vez mais se intensificam os avanços diagnósticos
das doenças genéticas, lembrando sempre que é
necessário que tanto o pai como a mãe tenham os genes
de cada morbidade. Enquanto que nas décadas passadas
tínhamos a certeza da SCID como genética, hoje temos
uma gama cada vez maior de outras enfermidades
genéticas. Infelizmente ainda não temos exames de
DNA para todos os problemas já reconhecidos.
C onforme foi concluído o mapeamento genético 5 - Contração do tendão flexor profundo
do cavalo, cada vez mais temos a oportunidade
(encastelamento)
de exames que possam proporcionar uma condi-
ção de não perpetuar as doenças abaixo:
6 - OCD (osteocondrite dissecante)
1 - SCID (imunodeficiência combinada severa) É uma má formação óssea que acomete principalmente o
Doença que promove a imunodeficiência em neonatos. Se- tarso e a tíbia.
gundo estatísticas americanas veremos que por volta de 1 a 7 - GPT (timpanismo das bolsas guturais)
cada 567 possui esse gene, ou seja, uma taxa altíssima.
É uma deficiência da abertura farineana das bolsas guturais
Muitos potrinhos são levados à Óbito por “não responde- podendo ser uni ou bilateral
rem aos tratamentos convencionais (antibióticos)”. A sin-
tomatologia clínica é escassa e sugestiva, como Linfócitos 8 - ND (doença do navicular)
abaixo de 1000 e presença de placas na língua (sapinho), in- Aparece em animais com idade mais avançada
dicativo de presença de imunodeficiência.
9 - JIE (epilepsia idiopática juvenil)
2 - LFS (lavender foal syndrome) Ocorre com ataques epileptiformes em potrinhos de 1 a 6
Bem mais rara e letal ao nascimento, normalmente a morte meses, trata-se de uma alteração autolimitante. O impor-
acontece com 1 ou 2 dias de vida. A característica principal tante é diminuir as chances de auto injúria tratada com
é que o potro fica com opistótono (sinal de desordem neu- barbitúricos e diazepínicos, usar capacete e proteção aos
rológica), e outra é que a pelagem tem cor esmaecida daí o olhos. Um grande problema é o animal mamar logo após o
nome lavender. ataque e proporcionar falsa via causando pneumonia aspi-
rativa. Resumindo, é importante o cuidado de enfermagem.
3 - AOM (má formação atlanto occipital)
Essa má formação pode ser observada em vários níveis. A ca- 10 - OLWF (síndrome letal do potro branco)
racterística é que o potro nasce sem mobilidade no pescoço. Além de nascer albino, não possui abertura anal.
4 - CA (abiotrofia cerebelar)
O potro nasce normal de por volta de 2 a 6 meses apresen-
ta uma deficiência motora causada pela degeneração das
células de Purkinje do cerebelo que é responsável pela sin- Ricardo Summa.
Veterinário formado
tonia fina dos movimentos. na USP em 1997.
Mestrado na UFRRJ
Obs.: Todas as doenças acima relacionadas já possuem exa- em 2002.
me de DNA.
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