Page 151 - Revista do Cavalo Árabe Edição Julho 2025 - Nº 84
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“Um cavalo, um cavalo. Meu reino por um cavalo!” Talvez essa seja a frase
que melhor interprete a dependência da relação homem e cavalo. Escrita por Wil-
liam Shakespeare (1564–1616) na peça Ricardo III, proferida pelo Rei Ricardo III,
narra o infortúnio do Rei da Inglaterra na batalha de Bosworth em 1485. As tropas
do Conde Richmond, que tentava conquistar o reino, cercavam a cavalaria real. O
cavalo de Ricardo III, sua montaria favorita, é atingido por uma flecha e Ricardo
lançado ao chão. A coroa real cai de sua cabeça e se prende em um arbusto. Ricardo
grita furiosamente: “Um cavalo, um cavalo. Meu reino por um cavalo!” Não en-
controu outro cavalo e perdeu seu reino para o Conde de Richmond, que se tornou
o monarca Henrique VII.
Atualmente a mecanização e o desenvolvimento tecnológico reduziram
drasticamente o espaço e a importância dos cavalos em nossa sociedade. Eles
já não têm a mesma função prática; no entanto a relação cultivada há milhares
de anos ainda sobrevive e o amor e interesse pelos cavalos transparece atávi-
co ao gênero humano.
Praticamente todas as formas de atuação que os cavalos possuíam até as socie-
dades pré-modernas transformaram-se em esportes hípicos, preservando assim a
memória emocional da relação homem-cavalo, que em muito nos remete a relação
original do homem com a natureza.
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