Page 136 - Revista do Cavalo Árabe Edição Novembro 2021 - Nº 74
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NANCY HIRS CH



                                   5 Fotógrafos











                       e o Cavalo Árabe











                               Conheçam alguns dos fotógrafos do Cavalo Árabe no Brasil:
                                 Rogério Santos, Luiz Rocco, André Shiwa, Renato Sorvilo
                               e Leonardo (Tupa) Rafalovich respondem a nossas perguntas.



           Extensão de Casa                                   sempre é única e a maior consagração são os títulos e alegrias
                                                              que vêm junto no pacote.” Tupa responde: “Nunca criei.” Luiz
                                                              Rocco informa: “O Haras Clio já tem 38 anos e nosso maior
                                                              orgulho são as 3 Campeãs Nacionais que criamos.” Rogério
           Como surgiu a fotografia de cavalos em sua vida?
                                                              Santos relata: “Tive 3 éguas, mas criei com apenas uma, a FAI
           “As baias eram uma extensão de casa”, diz Renato Sorvilo,
          que cresceu frequentando o haras da família. As fotos de   Murana filha de Shaick Shaklan. Ela me deu um Campeão Na-
          Chico Audi, Stuart Vesty e Gigi Grasso o inspiraram a seguir   cional de Western, Cezanne; um Campeão de Tambor Salvva-
                                                              tore e uma linda potra, La Fortunata por Power World que foi
          a profissão. Luiz Rocco já fotografava iatismo e corridas de   Reservada Campeã em Las Vegas.”
          motos quando assumiu o jornalzinho da ABCCA em 1983 e
          precisou de imagens para ilustrar matérias. Rogério Santos
          valo Árabe pela primeira vez em 1986 em São João da Boa  Endiabradas e encrenqueiras
          seguia o caminho do foto jornalismo quando clicou um ca-

          Vista para a revista Desert News. Da mesma forma, André
          Shiwa trabalhava como fotógrafo part-time para o segmen-  Conte uma situação marcante (não necessariamente com         delas. Então, outro obstáculo: o tempo. O céu fechou e uma   Eis a história de Rogério Santos: Meu avô tinha uma fa-
          to de beleza e moda; adquiriu seu primeiro Árabe no início   cavalo) numa fazenda.                                     tempestade se aproximava. Éguas a postos harmoniosamen-  zenda de criação de gado em Itapetininga, na adolescên-
          de 2000 e a oportunidade surgiu. Tupa acompanhava o pai,   “A ideia era criar imagens artísticas com composições que   te como precisávamos, faltava a luz necessária. Posicionado   cia adorava ir pra lá nas férias. Certo dia estava com ele
          fotógrafo de hipismo e polo, e iniciou seus cliques aos 12   capturassem os cavalos e a paisagem do Haras Santo André do   na margem oposta do lago, aguardava a providencial brecha   no pasto quando chegou um vizinho galopando um alazão
          anos numa prova de salto.                           Sr. José Eduardo e André Guimarães (MT)”, relata André Shiwa.      no céu. Os assistentes atrás de mim esperavam um sinal para   e começou a conversar com meu avô. Enquanto eles con-
                                                              “Com os primeiros raios de sol, preparamos tudo, éguas tor-        chamar a atenção das éguas com uma lona para eu fazer o   versavam comecei a observar o cavalo: não era muito alto,
           Você já criou cavalo Árabe? Como foi a experiência?  dilhas, equipe posicionada, mais a “arma secreta” para o su-     clique. A luz finalmente veio, os assistentes agiram confor-  mas imponente, era irrequieto, mas não nervoso e muito
           André Shiwa diz: “Tive uma pequena e curtíssima experi-  cesso das fotos (rs). Tentamos uma em que as fêmeas pasta-   me ensaiado... Considero o resultado um dos meus melhores.   bonito. Eles se despediram, o cavalo se virou num átimo e
          ência... Nascidos, uma fêmea (que tenho até hoje) e dois ma-  vam à beira do lago. Mas, quando se trata de fotos de cavalos,   Infelizmente, eu tinha na época um equipamento da 1ª. ge-  saiu num galope forte, só deu tempo de reparar a cauda
          chinhos.” Renato Sorvilo conta: “Como disse, minha família   nem tudo sai como definido no “script” (rs). Algumas éguas   ração de câmeras digitais, e não proporcionava um arquivo   levantada espalhafatosamente, escondendo o cavaleiro.
          cria cavalos desde 1992. Cresci no meio deles, aprendi a ver   acordaram endiabradas e não foi possível ter a paz desejada.   com a qualidade que essa imagem merecia. Essa experiência   Meu avô, vendo que eu observava o cavalo disse: “Esses
          os animais desde novo. É sempre muito gratificante assistir a   Após vários cliques, elas corriam, algumas de orelha murcha,   no Santo André, apesar do calor absurdo, foi inesquecível e   cavalos Árabes são pequenos, mas ligeiros e bons de tra-
          um nascimento e ao passar dos anos acompanhar gerações,   decidi parar e observar o grupo. Identifiquei as encrenquei-  deixou saudades. Sem dúvida, a melhor equipe de haras com   balho”. Foi ali que conheci o cavalo Árabe, nunca mais me
          ver sua criação tomar o rumo que pretendia. A experiência   ras e decidimos tentar com a luz da tarde, sem a presença   quem já trabalhei até hoje.”                        esqueci desse lindo alazão.


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